Ansiedade: fugir para onde se tudo vive dentro?

A Gestalt-terapia compreende o estado de alerta interno como um ajustamento - um sinal do corpo que pede cuidado e atenção diante de algo que ainda não está claro na consciência, mas que gera sofrimento. Em uma cultura marcada pela desconexão com o desejo, o propósito e o sentido da vida, estamos adoecendo... e essa agitação emocional é um dos sintomas mais evidentes desse processo.

A ansiedade é o que aparece na superfície. Muitas vezes, tentamos anestesiá-la com medo dos sintomas que carrega, mas esses sintomas revelam feridas que precisam ser reconhecidas e acolhidas. A ansiedade pode apontar para outras questões que exigem cuidado: situações inacabadas, baixa autoestima, insegurança, autocobrança, vivências traumáticas, entre outras. Em vez de reprimi-la, o convite é mergulhar no que há de mais verdadeiro em si - no seu sentir.

No processo terapêutico, é possível reconhecer o que esse desconforto encobre e, com suporte, perceber quais movimentos favorecem a elaboração e o cuidado com essa dor. Em um mundo frequentemente voltado para conexões externas, cultivar um relacionamento interno mais amoroso e autêntico é a chave para um florescer genuíno.